A história de hoje é de um humor negro mais do que original. Escrita por Jean Teulê, em 2007, (e publicada no Brasil pela Editora Ediouro) o enredo de A Loja dos Suicidas tem uma narrativa super simples e bem objetiva.
O livro conta a história da família Tuvache que tem uma loja especializada em fornecer materiais para as pessoas suicidarem-se das mais diferentes maneiras. O problema (para os Tuvache, não para a sociedade) é que o filho caçula parece não ter herdado a personalidade sombria da família, essencial para os negócios.
Quando terminei de ler A Loja dos Suicidas foi difícil formar uma opinião sobre a mesma. Eu não gostei de alguns aspectos da história, mas ao mesmo tempo o enredo é tão original e a construção das cenas finais do livro foram tão interessantes que fica impossível dizer que a leitura foi ruim.
Um dos pontos que podia ter sido melhor trabalhado era a profundidade da história e dos personagens. As cenas do livro passavam rápido demais e os acontecimentos iam sobrepondo-se sem muito tempo para divagações. Isso acabou fazendo com que a história não me cativasse tanto e não consegui ter afeição por nenhum dos personagens.
A velocidade da narrativa faz parte do objetivo do livro, que é mais uma novela do que um romance, então as coisas não são mesmo muito detalhadas. Porém fiquei incomodada pelos personagens serem apresentados de modo tão bidimensional e sem nuances expressivas.
O segundo ponto que não me agradou (mas que não deixa de ser um ponto positivo para o contexto do livro) é que a história transmite ao leitor um sentimento depressivo durante todo o tempo e mesmo com o espírito alegre do filho caçula, isso não se dissipa.
Mesmo com esses pontos negativos, A Loja dos Suicidas tem um humor bem interessante. Existem várias cenas que fazem o leitor rir da tragicidade da situação, ao mesmo em tempo que pensa “como isso pode ser considerado engraçado?”.
O final do livro também foi muito bem construído e teve o objetivo de deixar a história em aberto. Eu não gosto de finais em que o leitor vai gerar suas próprias conclusões, porém o desse livro é uma exceção para mim e foi um dos melhores que já li.
Além do livro, a história teve uma adaptação para o cinema, com o filme A Pequena Loja dos Suicídios, cujo trailer vocês podem acompanhar abaixo.
O filme não é exatamente igual ao livro e as diferenças são bem expressivas da metade da história para o final, existindo pontos positivos e negativos em relação à versão textual.
Achei que o filme conseguiu trabalhar melhor os personagens, pelo menos em relação ao Sr. e a Sra. Tuvache e ao filho caçula. Foi possível vê-los de modo mais completo, com pensamentos e desejos mais detalhados e é até possível, dessa vez, simpatizar com alguns deles.
Outro ponto muito bacana da versão animada é que ela é em estilo musical e as canções dão à história uma vivacidade que faltou no livro.
O decorrer do filme, no entanto, foi decepcionante (pelo menos para mim). O desfecho da história, muito diferente do livro, ocorreu de modo clichê, além da mudança de perspectiva dos personagens ter ocorrido de forma abrupta. Isso fez a narrativa perder um pouco da credibilidade.
Mesmo com todos os tropeços e pontos negativos e positivos, a Loja dos Suicidas é uma história original. Ela trabalha um tema super pesado, que é o suicídio, de maneira peculiar e sem pré-julgamentos, além de render algumas risadas sombrias.
Slogan da Loja dos Suicidas:
Sua vida foi um fracasso? Conosco, sua morte será um sucesso!
E aí, quem ficou com vontade de passar na Loja dos Suicidas?
Ah, e vai fazer sorteio desse livro. Basta vocês seguirem o blog e passarem lá na Fan Page para ver as informações de como participar. Aproveitem!
Excelente seu post!
Eu já assisti ao filme, mas nem sabia da existência do livro.
No filme, também senti muito do que você descreveu: há pontos positivos e negativos, mas permanece esse incômodo da depressão.
Vou procurar o livro para ler.
Obrigada pela sugestão.
Um ótimo feriado!
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Que ótimo que você gostou da resenha, Silvia. Estou fazendo sorteio do livro lá no facebook, é só você acessar a fan page do blog e se cadastrar. Um ótimo feriado para você também. Beijos!!!
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Bárbara, eu curti sua página do Facebook e preenchi o formulário da promoção.
Mas, mais do que isso, eu achei sua ideia fantástica como forma de divulgação do seu Blog e da sua página.
Você se oporia ou ficaria chateada se eu fizesse algo semelhante?
Espero que não se ofenda de eu perguntar.
Beijo,
Sílvia
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Claro que pode fazer algo parecido, Silvia. A vida é feita de recriações de coisas que nos inspiram (e que bom que essa minha ação também te inspirou!). :-*
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Obrigada!
Realmente achei sua ideia maravilhosa!
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[…] as outras histórias aqui do blog que falam sobre o tema do Halloween: Frankenstein , A Loja dos Suicidas (inclusive está rolando sorteio do livro) e vários contos de […]
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