A Loja dos Suicidas – porque a morte é um negócio!

Foto: Bárbara Valdez
Foto: Bárbara Valdez

A história de hoje é de um humor negro mais do que original. Escrita por Jean Teulê, em 2007, (e publicada no Brasil pela Editora Ediouro) o enredo de A Loja dos Suicidas tem uma narrativa super simples e bem objetiva.

O livro conta a história da família Tuvache que tem uma loja especializada em fornecer materiais para as pessoas suicidarem-se das mais diferentes maneiras.  O problema (para os Tuvache, não para a sociedade) é que o filho caçula parece não ter herdado a personalidade sombria da família, essencial para os negócios.

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Foto: Bárbara Z Valdez

Quando terminei de ler A Loja dos Suicidas foi difícil formar uma opinião sobre a mesma. Eu não gostei de alguns aspectos da história, mas ao mesmo tempo o enredo é tão original e a construção das cenas finais do livro foram tão interessantes que fica impossível dizer que a leitura foi ruim.

Um dos pontos que podia ter sido melhor trabalhado era a profundidade da história e dos personagens. As cenas do livro passavam rápido demais e os acontecimentos iam sobrepondo-se sem muito tempo para divagações. Isso acabou fazendo com que a história não me cativasse tanto e não consegui ter afeição por nenhum dos personagens.

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Foto: Bárbara Z Valdez

A velocidade da narrativa faz parte do objetivo do livro, que é mais uma novela do que um romance, então as coisas não são mesmo muito detalhadas. Porém fiquei incomodada pelos personagens serem apresentados de modo tão bidimensional e sem nuances expressivas.

O segundo ponto que não me agradou (mas que não deixa de ser um ponto positivo para o contexto do livro) é que a história transmite ao leitor um sentimento depressivo durante todo o tempo e mesmo com o espírito alegre do filho caçula, isso não se dissipa.

Foto: Bárbara Z Valdez
Foto: Bárbara Z Valdez

Mesmo com esses pontos negativos, A Loja dos Suicidas tem um humor bem interessante. Existem várias cenas que fazem o leitor rir da tragicidade da situação, ao mesmo em tempo que pensa “como isso pode ser considerado engraçado?”.

O final do livro também foi muito bem construído e teve o objetivo de deixar a história em aberto. Eu não gosto de finais em que o leitor vai gerar suas próprias conclusões, porém o desse livro é uma exceção para mim e foi um dos melhores que já li.

Além do livro, a história teve uma adaptação para o cinema, com o filme A Pequena Loja dos Suicídios, cujo trailer vocês podem acompanhar abaixo.

O filme não é exatamente igual ao livro e as diferenças são bem expressivas da metade da história para o final, existindo pontos positivos e negativos em relação à versão textual.

Achei que o filme conseguiu trabalhar melhor os personagens, pelo menos em relação ao Sr. e a Sra. Tuvache e ao filho caçula. Foi possível vê-los de modo mais completo, com pensamentos e desejos mais detalhados e é até possível, dessa vez, simpatizar com alguns deles.

Outro ponto muito bacana da versão animada é que ela é em estilo musical e as canções dão à história uma vivacidade que faltou no livro.

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

O decorrer do filme, no entanto, foi decepcionante (pelo menos para mim). O desfecho da história, muito diferente do livro, ocorreu de modo clichê, além da mudança de perspectiva dos personagens ter ocorrido de forma abrupta. Isso fez a narrativa perder um pouco da credibilidade.

Mesmo com todos os tropeços e pontos negativos e positivos, a Loja dos Suicidas é uma história original. Ela trabalha um tema super pesado, que é o suicídio, de maneira peculiar e sem pré-julgamentos, além de render algumas risadas sombrias.

Slogan da Loja dos Suicidas:

Sua vida foi um fracasso? Conosco, sua morte será um sucesso!

E aí, quem ficou com vontade de passar na Loja dos Suicidas?

Ah, e vai fazer sorteio desse livro. Basta vocês seguirem o blog e passarem lá na Fan Page para ver as informações de como participar. Aproveitem!

6 comentários

  1. Excelente seu post!
    Eu já assisti ao filme, mas nem sabia da existência do livro.
    No filme, também senti muito do que você descreveu: há pontos positivos e negativos, mas permanece esse incômodo da depressão.
    Vou procurar o livro para ler.
    Obrigada pela sugestão.
    Um ótimo feriado!

    Curtido por 1 pessoa

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